segunda-feira, 31 de março de 2014

Manifesto







      A Gente acorda pra vida e não quer sair da cama. A gente abre a ferida, na pele de quem nos ama. A gente vive na guerra, a gente luta por paz. A gente pensa que sabe, mas nunca sabe o que faz. A gente nega o que nunca teve forças pra dizer. A gente mostra pro mundo o que se quer esconder. A gente finge que vive até o dia de morrer e espera  a hora da morte pra se arrepender de tudo.
      E todas essas pessoas que passaram por mim. Alguns querendo dinheiro, outros querendo meu fim. Os meus amores de infância e os inimigos mortais. Todas as micaretas, todos os funerais. Todos os ditadores e sub-celebridades. Farsantes reais encontrando verdades. Pra nos proteger um vazio, um castelo de papel, sempre esquecendo que o mundo é só um ponto azul no céu.
      No escuro, a sós com minha voz. Antes, durante e após, desatando os nós. Sente no corpo uma prisão, correntes, vendas na visão. Os caras não avisam, balas não alisam, minas e manos brisam e precisam de mais, mais visão, ter paz. Note que o holofote e o vício nele em si te desfaz. Menos é mais, e o que segue é a lombra. Onde se vacilar os verme leva até sua sombra. Cada qual com seu caos, o interno particular. Tempo, individual e o amor, impopular.
      Quem é que vai ouvir minha oração? E quantos vão morrer até o final dessa canção? E quem vai prosseguir com a minha decisão, sem nunca desistir, nem sucumbir a toda essa pressão?

domingo, 30 de março de 2014

À Prova de Balas







      Vocês pode dizer que já ficou para trás. Pode até esquecer, dizer que não importa mais. Mas teu passado se lembra, teu passado não esquece. E nesse inverno cruel vai puxar teus lençóis. Não se pode fugir do que faz parte de nós. Mas nossos olhos delatam quando se cala a voz. Ando no escuro. Por quem você vai gritar? Em quem você vai pensar? Eles não estão aqui pra nos proteger!
      Sente o veneno que sai da tua televisão. Eles vão dar uma festa pra nossa extinção. Quem muito mostra, esconde e engana quem vê de longe. E que na sua estrada, você possa entender que alguns nascem pra amar e outros para vender. No fundo, eles têm medo de quem tem muito a dizer.
      Quantas armas poderão calar as almas dos que estão em guerra?
      Quantos homens deve ter um exército pra nos tirar das trevas?
      O meu pensamento é à prova de balas
      É à prova de fogo
      E isso ninguém vai tirar de mim!

sábado, 29 de março de 2014

Véia







      Vê se você dá um abraço na sua véia e esquece das magoas antes de ver ela deitada, vegetando sobre um colchão d'água. 2 Minutos na vida faz diferença. 1 abraço e mais 3 palavras vale mais que "cê" pensa. Bem que eu queria que as neuroses que eu tenho fossem só sair domingo com minha mãe pra visitar minha vó. No fim foi com a vó que eu cresci. E o que me faz gritar é saber que a minha mãe tá longe demais pra nós visitar. E seja lá onde for, me olhe por favor. Não posso tocar sua pele, mas eu sinto seu amor. É foda, quando o sentimento se solta. Cê chora ao ver que já passou 10 anos e ela não volta. E você reclama se sua véia te manda ir no mercado, reclama se a cinta estrala, mesmo se cê tá errado. Reclama se ela te abraça na frente dos aliados. Vai reclamar com Deus quando ela nem estiver do seu lado.
      Se eu choro agora não é que eu sou fraco. É que tô me desmontando para depois juntar cada caco. Não é fácil olhar pra cama e ver sua mãe chacoalhando, despertando adulto num moleque de 7 anos. Eu fiz o que tava no meu alcance pra te salvar, só que na hora que aconteceu eu não tava lá. Tenho medo de falhar, medo que chegue no fim e eu não tenha alcançado o que você esperava de mim. Eu não vou culpar Deus, o mundo é dos espertos e lá no lugar Dele, eu também ia te querer mais por perto. Tudo que absorvi, o que contigo aprendi é o que me fez ser homem muito antes de MC. Cada cintada nas pernas me fez aprender que eu tinha que ser calejado e forte pra viver sem você. E eu te dedico aqui minha melhor poesia composta pela alegria de ser o seu filho. E pela agonia, de ver meu pai, que é meu herói, chorando, meu irmão gritando, minha vó entrando em pânico, e a dor aumentava... E cada vez que eu caí nessa vida, quando eu sofri nessa vida, chamei por ti nessa vida, e não te encontrava. Mas hoje eu sei que não fiz nada sozinho. A cada passo, a cada respiração, você estava dentro de mim. Um vira-lata sem dono e sem lar. Deixa minha cama arrumada, qualquer dia eu vou aí te visitar.
      Cadê você, vem cá. Pra me dizer, deita. Dormi e sonha a vida é brincadeira. Quem me gerou, quem me criou, quem me ensinou a viver. Sorrir, chorar, cair, amar, sentir, lutar, ganhar, perder. Viver sem ter você.

domingo, 23 de março de 2014

Memórias Ao Silêncio: Parte 0 - Réquiem







      Alguns dias se passaram desde que ela se foi. Eu realmente não sabia o que dizer ou o que fazer naquele momento de desespero. Eu estava congelado vendo a mulher que me ama sendo morta por aquela maldita doença. Eu me arrependo até hoje por ter te levado naquela festa. Na verdade, não por ter te levado na festa, e sim, por ter te mostrado aquela preciosidade. Mas do mesmo jeito que você ficou exposta a ela e acabou pegando essa doença, agora deve imaginar como estou me sentindo...
      Nos divertimos tanto naquela época. Eu via que você não tinha muitos amigos, e nem fora de ter. E mesmo assim você tentava de alguma forma se socializar com as pessoas. Mas era muito tímida pra isso. Então como um amigo eu me aproximei de você, para que tentasse mostrar que as coisas não eram tão difíceis como se pensava. Que dava pra viver sem se arrepender e se preocupar com nada. E esse foi meu erro. Talvez se eu não pensasse dessa forma, você estivesse aqui agora do meu lado, e eu não precisasse tá aqui na frente da sua lápide falando essas coisas. 
      Até hoje queria saber o que você pensava enquanto olhava eu correr fazendo educação física. Lembra ? Antes daquele jantar engraçado que tivemos. Quando você me olhava, eu fazia de tudo pra dá a impressão que não estava reparando em você. Reparando naquele seu cabelo longos até a cintura, pretos e radiantes mesmo que na sombra. Pelo visto, você odiava Educação Física. Mas no jantar você estava nervosa e não sabia comer o Sushi com os pauzinhos que estava ao seu dispor. Eu dei uma risada de leve, mas por algum motivo você não cheirou a comida antes de comer. O que eu esperava que você fizesse normalmente, já que era de interior. 
      Eu passei um mês longe tentando de alguma forma achar uma cura pra essa doença, mas não tinha nenhum resultado. Foi quando voltei e tivemos um trabalho em equipe. Eu lembro exatamente da sua cara bufando de raiva por causa das outras pessoas que não faziam nada. Eu sempre gostei de praia, e foi melhor ainda por que você estava lá comigo. Baixinha, pele branca.. brilhava mais que o sol (risos). Senti que você gostava do calor que meu corpo transmitia enquanto o seu corpo não parecia estar vivo. Todo o tempo você estava do meu lado, querendo se aquecer, mesmo com aquele sol aquecendo a praia toda. Foi um dos melhores dias que já tive, pois eu estava rindo à toda e lembrando de quando me vesti de abelha. Ainda bem que não levei aquilo com tanta seriedade. 
      Como que nem naquele dia em que você não foi para a faculdade, lembra ? Os professores acharam que eu, como representante, deveria saber o que tinha acontecido para a toda emprenhada Chris tivesse faltado as aulas dele. Então peguei seu endereço e fui direto pra sua casa. Fiquei surpreso ao ver você, de camisola, parada na minha frente, com aqueles olhos azuis claros, me encarando. Não queria ficar muito tempo do lado de fora, e pelo que eu tinha visto iria demorar pra me convidar à entrar. Dai eu entrei como se fosse minha casa. Eu estava nervoso e não sabia o que falar.
      Chato foi está sem assunto e ter que ficar vasculhando as suas fotos e coisas na sua casa enquanto pensava em algo pra falar que não te aborrecesse. E nada melhor do que "Por que você faltou hoje?". Era simples mas já era um começo. Então eu não resisti. Eu queria saber o gosto do seus lábios, queria saber como você era por debaixo daquela camisola. O quanto quente e fria você poderia ser. Porém você parecia está em outro lugar, em outro local, pálida... Mas logo quando consegui me aproximar de você, estranhamente você me negou sua presença e me mandou ir embora.
      Cada dia que se passava eu rezava pra que fosse apenas minha imaginação, mas no fundo eu sabia que era verdade e que deveria me apressar o mais rápido possível pra poder viver o tempo que nos restava junto com você. Eu odeio me lembrar de antes, do nosso passado lá naquelas provas. E principalmente naquela festa. Eu me arrependo profundamente de ter te colocado em tudo isso, Chris, mas eu juro que não foi por mal. Eu nem ao menos sabia disso. Pouco depois de você ir embora, eu descobri isso e meus pais já haviam falecidos.
      Então eu decidi que te chamaria pra sair. Pra uma praia novamente. Um Luau de casais e indiretamente disse para você que queria que você fosse minha parceira. Seriamos um casal. Teríamos, em alguma hora, um momento só nosso. Enquanto eu te aquecia em volta da fogueira, eu pensava no que iria te falar. Pensei também que pelo fato de termos estado no mesmo local na mesma hora durante a festa, nossas vidas acabariam na mesma hora e no mesmo local. Lembro que nesse dia olhei atentamente a lua, querendo gravar em minha memória, eternamente aquela imagem perfeita. Enquanto eu perguntava ao mesmo tempo o que diria para você, e esperando que as estrelas me respondesse mas como sempre, fiquei calado e não fiz nada. 
      E agora estou aqui falando tudo isso pra você. Mas não me resta muito o que dizer. Já não posso ver as rosas que deixaram aqui pra você, pois já não tenho mais visão. A única coisa que me restou foi minha voz, mas nem o meu corpo aguenta ficar em pé mais. Eu estou sangrando, e tremendo.. estou caindo perante sua lápide, como um pecado que não tem perdão. Então, como quem quer se sentir vivo uma última vez, eu acendi esse cigarro em nossa homenagem. A nós dois, que passamos por tantas coisas e sofremos calados. Acendo e apago depois de um longo trago, por respeito a você que não suportava fumantes e nem ao menos sabia que eu fumava. Eu sinto meus órgãos corroerem por dentro, e vou ficando cada vez mais vazio. Meu coração desacelera e vai cada vez batendo mais devagar. Te deixo aqui, essas rosas e espero que me perdoe por tudo de ruim que te fiz, e espero poder te encontrar do outro lado pra podermos ficar juntos, para sempre. 
      Eu ouvi o que eu queria naquele dia, e agora ouvi de novo, como se você estivesse aqui na minha frente, me deixando morrer em seus braços. 
      E isso, é tudo que eu posso te falar... Obrigado.

Fallen






      
      Recentemente comecei a ler um pouco. Fazia tempo que eu não lia alguma coisa. Então tenho alguns livros aqui em casa então resolvi finalmente ler aquele maldito romance de Lauren Kate. O Livro se chama Fallen (Significa Anjo Caído em Português). É o primeiro livro da série de ficção sobre anjos. Ele tornou-se best-seller do The New York Times logo entrando na lista dos mais vendidos. O Livro conta sobre a história de Lucinda Price (Luceeeeeeeee.. Claro, vocês não entenderam.. Luce = Lucy..  Fairy Tail), uma adolescente de 17 anos que se apaixona por Daniel Grigori (Odeio ele), um anjo caído. 
      
A História

      Algo parece estranhamente familiar em relação a Daniel Grigori. Solitário e enigmático, ele chama a atenção de Luce logo no seu primeiro dia de aula no reformatório. A Mudança de escola foi difícil para a jovem, mas encontrar Daniel parecia aliviar o peso das sombras que atormentam seu passado: um incêndio misterioso - que provocou a morte de seu namorado - levou Luce até ali. Irremediavelmente atraída por Daniel, ela quer descobrir qual é o segredo que ele precisa tanto esconder - Uma verdade que poderia matá-la. Algo que, em suas vidas passadas, Daniel não conseguiu evitar. O reformatório para onde Luce vai já está dividido, e ela tem que decidir ficar ao lado de sua paixão e seus amigos, Daniel Grigori, Arine, Penn e Gabbe, que ela acredita estar a protegendo ou o encanto de "Cam", com seus amigos Molly e Roland. Qual é a escolha certa ? Quem realmente quer seu bem ?

      Bem, pessoalmente eu estou perto de terminar o Fallen, e não estou gostando por causa de alguns aspectos e lembranças que ele me trás. Porém a história é boa e vale a pena de se ler. Quem sabe até vire um filme um dia não ? Então, se por acaso, você curte anjos e essas coisas assim, eu lhe recomendo esse livro. Apesar de parecer totalmente romântico e cheios de frescurinhas, ele é bem obscuro e meio que diabólico. Então, é isso. Leiam :)

Lutas Épicas - Yugi Mutou VS Pegasus J. Crawford







      Olá galera! Estou aqui pra dar início a mais um tema pro blog. Como sou fã de animes e assisto bastante, então pensei e conversei comigo mesmo e decidi criar uns posts sobre lutas épicas. E como sou fanático por Yu-Gi-Oh!, então nada melhor do que começar escolhendo uma deles não ? Então, cá estava eu catando em minhas memórias algo e então (lógico) claro que viria esse duelo. O que ser mais épico do que Yugi e Pegasus duelando em 5 episódios ? Lembro de quando eu assisti esses episódios na TV e a cada um que acabava, eu ficava ansioso esperando pro que vinha do próximo.
      O duelo começa no episódio 35, caso você esteja curioso para assistir (ou assistir novamente). É um dos poucos duelos que você realmente pode ver que o outro duelista embaralha o baralho do oponente. Mas dai Yugi tá lá pra salvar os amigos deles, e Maximillion Pegasus (Seu lindo nome dado na versão em português do anime), com aquele olho do milênio mais apelão que tudo, querendo apenas ter tudo dele. No começo era um duelo simples, algo que não tinha muito o que dá, até que Mutou começa a jogada. Um duelo de medo, com cartas viradas pra baixo em Modo de Defesa.
     Até que enfim, começa o Caos... Além de todas as estratégias dele estarem sendo bloqueadas, Pegasus inventa de jogar uma carta que eu quero até hoje: Toon World.. O Mundo da fantasia. Pense em uma pelação. Claro que agora as regras são outras, porém a forma em que essas cartas "Toon" são hoje em dia não fica longa das de antigamente. Não dá pra deixar de achar bonitinhos e engraçados eles. Eu pelo menos até hoje curto eles :D
      Pior é que eles são... Desenhos.. Ou seja... Eles tem movimentos próprios, tipo.. eles trapaceiam exatamente como aqueles que a gente assiste na TV.. quando puxam um martelo do bolso. E quando ele transforma o Summoned Skull (Rei Caveira) em um desenho ? Criatividade a parte viu..
      Eis que ele aparece.. Black Magician (Mago Negro). Qualquer um de nós aqui daria tudo pra ter um desses naquele tempo. E juntamente com as Hat Magic (Cartolas Mágicas).. uma salvação por tempo limitado. Então Yugi tem uma estratégia que ajuda ele bastante. Ele fica trocando de lugar com o Faraó do Enigma do Milênio dele. Assim a carta que Yugi joga o Faraó não sabe qual foi e vice-versa. Então com uma combinação de cartas, ele consegue destruir o Toon World e todos os desenhos em campo. Então você pensa que tudo acabou ? Você quem pensa.. apenas começou. Então Crawford coloca o duelo no Mundo das Trevas. Em outra dimensão. O Domínio das Trevas. Com isso a estratégia de Yugi não vai dando mais certo pois isso estava consumindo muita energia, principalmente no domínio das trevas.
      Mas ele não parou por ai, com um ritual (que é a invocação mais bonita que já vi na minha vida até hoje), ele chama a Relinquishied (Habidicação). Outro monstro poderoso que pode absorver monstros do seu oponente. Além de absorver, se o monstro absorvido for destruído, quem perde pontos de vida é o antigo controlador do monstro. Dai vem Jigen Bakudan pra se explodir e fazer com que J. ganhe o duelo.
      Então graças a força da amizade, Pegasus não consegue mais ler as cartas que Mutou puxa, e com isso, Yugi ativa a Caixa Mistica.. Fazendo com que seu Black Magician se solte e colocando Jigen Bakudan no local onde estava. E mais um ritual é ativado (Ritual é lindo demais, admitam) e Yugi invoca o Dark Magician of Chaos. O Mago do Caos das trevas com seus 2800 pontos de Ataque amedrontam Pegasus que não possui nada em campo. Mas, pra não ficar atrás ele chama a Cegueira de Mil Olhos. Mas que porra de monstro é esse ? Feio demais velho. E com 0 de ataque também. E quando paralisa o Dark Magician of Chaos e pensa que vai tomar o controle dele.. Aparece a carta Ás de Yugi.. Kuriboh.. E acaba absorvendo trocentos deles por causa da mágica da Multiplication. Além do que se o Kuriboh entra em contato com outro monstro, ele explode. Assim os olhos dela se fecha, e o Mago do Caos das Trevas tem sucesso no seu ataque fazendo os pontos de vida de Pegasus zerarem. Então Yugi Mutou saí vencedor do seu duelo e conhecido como Rei dos Jogos.
      Duelo épico não ? Pena que ele não tinha mais o Exodia, The Forbidden One. Mas ele sabe se virar bem.. Então já assistiu ? Que tal rever novamente ? Não assistiu ? assiste ai e você vai gostar. Todos os episódios você encontra no anitube.se pra assistir Online ou pode baixar em Yugioh-extremo.info
      Então é isso, até a próxima!

O Desfile Maléfico: Parte 1 - O Fim







      Boa tarde pessoas! Tudo bem com vocês ? Hoje estou aqui pra fazer mais uma daquelas análises minhas (Que eu não sei se vocês curtem, mas mesmo assim tô escrevendo). Não são totalmente minhas palavras, algumas partes eu achei em alguns links e são interessantes. Dessa vez não haverá clipes. Apenas para algumas músicas, mas em geral se trata do CD The Black Parade da, então banda desfeita, My Chemical Romance. O The Black Parade é um álbum que trás uma história por trás das faixas. Elas se tratam sobre "O Paciênte". Um personagem que pode ser que tenha passado por quimioterapia. Nesse álbum existe 4 personagens onde podem ser todos encontrados no vídeo de Welcome To The Black Parade. São eles:


  • O Paciente (The Patient), que pode ser visto  na cama do hospital do vídeo
  • A Mãe Guerra (The Mother War), que pode ser vista no fim do vídeo, com um vestido antigo e uma máscara de gás.
  • O Medo (The Fear), umas das enfermeiras que aparecem no vídeo
  • O Arrependimento (The Regret), outas enfermeiras que aparecem no vídeo.

The End

      The End, é a primeira faixa do álbum "The Black Parade". Nessa primeira faixa, o Paciente ainda não é mencionado, mas ela fala sobre o My Chemical Romance como o The Black Parade, dando a bem-vinda ao ouvinte sobre o trágico sucesso que se estar por revelar. Vendo a tradução da música, você logo entende que realmente estão dando boas vindas a quem chega, e aos poucos ele vai revelando que algo trágico vai acontecer. Com o decorrer, percebe que a surpresa é que alguém está prestes a morrer. Então ele vai se "despedindo" dos ouvintes e fazendo eles pensarem nas suas próprias vidas. 

"Então junte por todo lado a sujeira e beije esta despedida
Eu encorajo seus sorrisos
E espero que você não chore."

      Ela não é uma faixa muito grande então sem muito ao que falar. Interessante é que no álbum anterior, o Three Cheers Of Sweet Revenge existe uma canção chamada To The End que é parecia com essa. Coincidência ? Não acho, até por que em To The End, tem uma parte da letra que diz "And Say Goodbye To The Last Parade". Possivelmente se referindo ao The Black Parade. Sem falar que poder ser uma resposta do pai do Paciente dizendo "He calls the mansion not a house but a tomb" referindo-se a Mansion como o Hospital, dando a impressão que o Paciente sabia que iria morrer. 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Quer Saber ?







     Sabe aqueles dias em que você morre de saudade e já nem sabe se quer esquecer? Nesse dia relampejava lá fora e chovia forte bem aqui dentro de mim. Quando o telefone tocou... Era ele.

      Oi, amor! Sei que você pensa: já não faz nenhum sentido eu te chamar de amor. Me perdoe, eu não consigo evitar, amor. A minha mão discou sem número, foi sem querer.
      Se acabou, diz pra mim o que é que eu faço pra acabar com a dor. Já rasguei o seu retrato, mas não se rasgou. Eu trago na minha memória mil imagens de nós dois. E os versos que escrevemos de uma história de amor sem fim. Você virou a página e se esqueceu de consultar a mim. Quer saber ? 
      Quer saber, será que foi Deus mesmo quem te deu coragem para me entender ?
      Quer saber, eu acho que foi mero acaso, você disse que foi sem querer.
      Quer saber, se a nossa história fosse nada eu nem iria te atender. 
      Quer saber, desliga o telefone e vem aqui na porta pra eu te ver. 

      Só quem já enlouqueceu de saudade sabe o que é não saber distinguir entre os estrondos dos trovões e as batidas frenéticas do próprio coração! Eu corri pra abrir a porta e naquele momento já sabia o que ia fazer.

      Oi, amor! Sei que você pensa: já não faz nenhum sentido eu te chamar de amor. Me perdoe, eu não consigo evitar, amor. Eu tava tão acostumado a passar por aqui. Bom te ver! Você tá bonita e essa blusinha foi eu quem te deu. Eu tô querendo ler aqueles livros, você se esqueceu. A minha mãe mandou mil beijos de saudades.
      Sinceramente, muita coisa tua eu nem tô afim de devolver. Tantos presentes, momentos lindos. 
      Aquela briga, você se lembra ?
      Nada é só meu, nada é só teu, é tesouro nosso. 
      Depois de tudo isso você diz que é capaz de se esquecer. Quer saber ?
      Quer saber, sei que é mesmo uma loucura, mas que tal uma proposta ?
      Quer saber, se não houvesse esperança, você não tinha aberto essa porta.
      Quer saber, dos presentes que eu te dei, meu coração, eu não aceito de volta.
      Quer saber, vem aqui me dá um beijo, seu olhar já me deu a resposta...

sábado, 15 de março de 2014

Memórias Ao Silêncio: Parte 11 - O Fim







      Eu já estava preparada para tudo isso que está acontecendo. Mas não esperava, claro, que acontecesse de uma forma tão rápida e em momentos tão decisivos. De alguma forma acordamos na cama, e você estava dormindo pra um lado e eu pro outro. Fiquei tentando imaginar você me carregando pra cama em alguma hora que não sei qual foi. Muito menos o que você fez nessas horas comigo. Mas não estava muito preocupada com o que tivesse acontecido entre as 7:00 e as 8:30. A única coisa que tinha vindo era pra que eu saísse dali imediatamente. Eu ainda estava aterrorizada, sem acreditar no que havia acontecido. Sem contar que eu tava uma bagunça. Descabelada e tudo.
      Foi uma tortura vir até minha casa. Sair de lá sem ao menos me despedir de ninguém, andar nas ruas e pegar busão sem ao menos ouvir nada. Eu nem imaginava o que as pessoas estavam falando, muito menos quando elas estavam dançando em frente ao um club que estava perto de fechar. Parecia um pesadelo. Sempre que eu andava mais, eu me sentia mais atormentada. As pessoas olhavam para mim como se quisesse ler a minha mente. Seus olhares se concentravam em mim, como quem quisesse devorar minha alma.
      Então eu corri. Corri o mais rápido que pude até chegar na minha casa. Fui direto ao banheiro e parei de frente ao espelho. Meus olhos tremiam, minha pele estava ficando cada vez mais pálida. Minhas mãos geladas. Tentei encontrar algum remédio para parar meu nervosismo. Acabei derrubando tudo que estava arrumado, quebrando boa parte dos itens que se encontravam ali. Pouco estava me importando com isso. Fui até a sala, me arrastando pela parede. Tudo que eu queria era deitar naquele momento. Eu andava, e por mais que eu andasse parecia que o sofá ficava mais longe. Os lados foram ficando mais escuros em segundos, meu corpo suando, e minha boca querendo pedir por ajuda. Por mais que eu mexesse ela não emitia som algum. Parecia o fim para mim. Mas realmente era o fim. Meus olhos fecharam e eu desabei.
      Agora eu estou aqui, deitada nessa cama de hospital com esses fios enfiados em mim. Não tenho a mínima ideia de quanto tempo se passou desde quando cheguei aqui. Não sei nem quando foi isso. Muito menos quanto tempo eu passei dormindo. Meus olhos ainda estavam se abrindo, e tudo que eu via estava embaçado. Aos poucos, do meu lado direito eu vi aquelas máquinas que ficam monitorando os batimentos cardíacos. Ele não estava estável, estava um pouco avançado pro normal. Minha visão melhorou um pouco então quando olhei do outro lado, eu te vi do outro lado da porta. Você impaciente dessa vez, estava conversando com o médico. Pela sua cara, eu diria que ele descobriu sobre a minha doença e você ficou desesperado com isso.
      Meu coração palpitou mais uma vez de amor por você, e então eu comecei a ficar sem ar. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas tudo que eu pude fazer foi levantar a minha mão na sua direção e de alguma forma te chamar, mesmo que mentalmente. Eu estava ficando mais agoniada, mas parece que meu espírito chegou até você. Ambos entraram desesperados, e enquanto o médico verificava algum erro nas máquinas, você segurou minha mão e começou a pedir para eu aguentar firme.
      Meus olhos numa forma de expressar tudo, conseguiu ler seus lábios mesmo naquela situação desesperadora. Aos poucos eu fui sentindo que minhas forças estavam indo embora, e tudo que me veio à mente foi todos os momentos que passamos juntos. Desde da primeira vez que te vi até a última na praia. Me arrependi de não ter te contado meus reais sentimentos, e agora não posso mais fazer isso. Minha visão foi escurecendo novamente, e eu lembrei que não te falei uma coisa muito importante e que eu tinha prometido para mim mesma que falaria, não importava como. Minhas mãos já estavam soltando as suas, não aguentavam mais ficar suspensas. Meus olhos estavam quase totalmente fechados, quando eu consegui ler. Você falou, de um jeito tão sincero. Suas lágrimas caíam pela primeira vez na minha frente. Vi que mesmo sendo tão forte, você também era fraco. E meio que soletrando você falou, meus olhos fecharam e meu sorriso se abriu. Eu estava satisfeita por saber aquilo, e por poder também dizer de uma forma diferente a mesma coisa.
      Então, tudo acabou. Não sei o que aconteceu dali pra frente com você e quem foi em meu enterro. Se é que eu tive um. Não sei como meus pais reagiram, ou até mesmo se essa notícia chegou até eles.
      Mas de uma coisa eu tinha certeza. Eu te passei o que sempre quis falar
      E você falou o que eu sempre quis ouvir.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Cante!







      Cante para fora. Você tem que ver o que o amanhã irá fazer. Cante para fora, você tem que ser o que o amanhã precisa. Para cada vez que quiserem te excluir, use sua voz cada vez que abrir a sua boca.
      Cante, eles irão vender o que o amanhã significa. Cante, eles vão matar o que o amanhã trará. Você tem que fazer uma escolha: Se a música te afugenta, levante a sua voz cada vez que eles tentarem calar a sua boca.
      Cante pelos garotos. Cante pelas garotas. Cada vez que perder a cabeça cante pelo mundo. Cante do coração. Cante até ficar louco. Cante para aqueles que irão te odiar e odiar a sua coragem. Cante pelos surdos. Cante pelos cegos. Cante sobre todos  que você deixou para trás.
      Cante pelo mundo.
      Cante pelo mundo.

terça-feira, 11 de março de 2014

As Crônicas Dos Jovens de Sangue: Rat a Tat







      Meu Deus. 25 de Dezembro minha última postagem sobre a The Young Blood Chronicles. Mas não tenho culpa gente, até por que dependo do Fall Out Boy para poder fazer os posts. Mas pelo menos saiu a parte 9 da sua história muito louca. E como bem que eu tinha avisado, realmente era a Courtney Love que estava por trás de tudo isso. Então vamos simbora!!!


9º  - Rat a Tat Feat. Courtney Love




      O vídeo de Rat a Tat começa com Courtney Love falando algumas coisas de fundo dizendo que é a "esperança" que é toda a porta que bloqueia e tal. Enquanto isso são mostradas cenas de vídeos anteriores e outras onde se tem instrumentos musicais sendo destruídos. Vale a pena notar que o símbolo da organização dela é uma nota com um risco atravessando ela. Tipo, proibido música. Proibido som ou algo do tipo. Acho que a organização dela deve ser contra o Rock and Roll já que o nome do CD é Save Rock And Roll. Enquanto ela está lá muito linda, divando, a música começa a tocar. Algum lugar parecido com um galpão enorme, como se fosse um estúdio de gravação. Creio que pelas luzes e pelo "exército" de mulheres lá embaixo, ela esteja transmitindo isso para algum lugar ou até mesmo para o mundo.
       Elas devem odiar mesmo o Rock, por que olha a quantidade de instrumentos que estão sendo destruídos. E a forma como estão. É cruel. Enquanto duas das gostosas levam nosso amigo-demônio Patrick Stump para outro local, ele firmemente canta sem parar. Como era de se esperar, colocam aqueles fios todos em Patrick Stump e fazem ele assistir um tipo de vídeo psicodélico. Só tem música, explosões e pessoas pulando com a música, e mais música e destruição e aquele simbolo da organização dela. Por trás dos panos, temos Peter Wents Joe Trohman adentrando o local onde ela está para salvar seu amigo e aquela maldita maleta que não sei até agora o que tem lá. Espero que seja o CD deles. Na verdade, eu só pensei nisso até agora. Então lá estão eles com armas em formas de instrumentos. Nem dá pra perceber sabe, mas tudo bem.
       Cara, para pra reparar no que se passa lá no vídeo. Tem coisas estranhas. Falcão, show deles, as torturas que eles passaram, policiais, as gurias, e tudo pegando fogo, e cruz. Cara.. não sei o som que tá emitindo na cabeça dele, mas já já ele baixa o capeta de novo e ai fudeu. E elas são bem resistentes, passaram 2 minutos é 34 segundos quebrando instrumentos e ainda querem quebrar mais. Então depois que ele baixa o capeta (Tá vendo, eu falei que ele iria endoidar o cabeção de novo), elas tiram ele da cadeira e levam ao encontro da chefona. Ela tá tão entretida com ele, que nem reparou que tinha intrusos lá.
      Ela acabou de alinear nosso demôniozinho preferido velho. Ele tá tão maluco que não quer saber mais de música nem nada relacionado. Então ela meio que vai ver se deu tudo certo e dá um "surdo" a ele. E ele quebra, joga no chão com raiva e quebra. Depois um vinil e o que acontece ? Ele quebra. E depois uma guitarra! Uma guitarrraaaaaa!!! (Ou é um baixo. Não parei da identificar isso, eu gosto dessa música).  Olha só a cara de psicopata dela! Parem exatamente em 3:21 e vocês verão isso. Alias, era guitarra.
       Incrível como eles vão exatamente no local onde ela está sem ao menos ser percebido não ? Deveria ter pelo menos umas seguranças por lá pra ter um fightizinho. Mas enfim, eles entrar lá, apontam as armas para Courtney Love que não se sente nem um pouco intimidada. E ainda fica rindo da cara deles. (E eu vendo o vídeo aqui, e toda vez que eu pauso ele, fica em uma cena boa. Eu deveria tirar print delas kkkkk). Portanto, Peter Wents entra na sala junto com Joe e, Peter pega a maleta e sai da sala. Eu acho que Patrick não estava lá nessa hora ou ele fugiu, ou ficou com medo. Sei lá. Mas dai quando Joe vai sair, ele é surpreendido por duas gostosas que pegam o pescoço dele e puff, era uma vez Joe. Sim, ele morreu. E foi para o céu (ou inferno) junto com Andy de alguns vídeos atrás. Foi uma só. Elas cortaram mesmo o pescoço dele, e acabou. Teve nem como reagir. Tadinho dele..
      Como a esperança é a última que morre, Peter sai correndo que nem louco com aquela mala na mão enquanto Patrick-Demon-Stump corre atrás dele na tentativa de mata-lo e de pegar a maleta de volta. Incrível que agora eles passam pelo local onde o "exército" dela estava. Então, o vídeo termina com ele indo embora correndo, e Patrick indo atrás dele. E se encerra com o fecho de uma TV.
       Agora ficou curioso pra saber o que acontecerá no próximo vídeo ? Eu também, mas vamos ter que esperar um bom tempo pelo visto, mas enquanto não chega então vamos ver esse vídeo muito bom ? Assistam ai e pra quem tá chegando agora, veja as outras partes no marcador aqui do lado direito "As Crônicas Dos Jovens de Sangue" ou acessem o canal do Fall Out Boy no Youtube e vejam todos! Até a próxima pessoal \o/






sexta-feira, 7 de março de 2014

Memórias Ao Silêncio: Parte 10 - O Avermelhado Nascer do Sol







      Eu não entendia nada ali. Não entedia ninguém e também não entendia por que as pessoas se reuniam de madrugada, na areia da praia, num frio desgraçado pra ficar tocando músicas em um violão envolta de uma folgueira. Tinha mais ou menos umas 10 pessoas. Apenas uma delas sabia tocar, então as outras nove cantavam enquanto ficavam abraçados com o seu "par". Sim, como mencionei antes, era de casal. Nunca me senti tão feliz na minha vida (não diante daquela desgraça toda que acontecia comigo constantemente). Mas ser o "par" dele me fez esquecer de tudo novamente.
      Isso me lembra daquela vez em que estávamos em uma praia, andando lado a lado. Era quentinho e eu tinha você só pra mim ali. A única lembrança ruim era aquela... Até hoje eu não sei mais o que é sentir algo quente. Eu também esperava que nada de ruim acontecesse. Até por que era meu segundo momento só com você. Estava eu sentada em um lençol e coberta com o seu casaco enquanto ficava deitada no seu peito e ouvindo todos cantarem uma música da Amy Winehouse. Parando pra pensar, ela daquele jeito até que ficou boa. "You Know I'm Not Good".. Soava tão bem quanto minhas músicas que tocavam na viajem pra casa antigamente. Mas não fazia sentido eu está coberta, por que eu não sentia nada. Não estava nem um pouco com frio mas eu não queria sair daquele lugar tão aconchegante.
      Aquela praia era um lugar tão lindo. Atrás, tinha umas pedras com escadinhas que dava acesso até a rua, onde era iluminada por prédios enormes. Não tinha um pingo de gente na rua.. Também.. aquela hora.. Claro que não teria. Mas onde a beleza se concentrava mesmo era na nossa frente (ou pelo menos na minha frente. Depende de onde você estivesse sentado). A Lua. Eu nunca tinha parado pra reparar tanto ela quanto naquele dia. Estava enorme e parecia que seu brilho era mais intenso do que o do Sol. Era uma coisa linda de se ver. Ela refletida na água, fazia com que nossos olhos pensasse em momentos, em coisas que não foram feitas e que deveria ter sido feitas. Ela refletia além da lua, o nosso passado também.
      Quando me dei conta, todo mundo tinha ido pra casa de praia logo ali para pegar um lanche e fazer suas necessidades, enquanto ele ficava parado admirando o vasto oceano. Eu me perguntava o que tanto ele pensava. Era muito misterioso e nunca falava o que pensava. Parecia que era a última vez que ele veria a lua e queria decorar bem todos os centímetros dela. Me aproximei dele e meio que suspirando eu falei que ele deveria se descontrair mais (Na verdade, era eu quem deveria me descontrair mais). Começamos a andar e durante um tempo conversamos apenas sobre coisas sem sentido. Algo como a extinção dos Seres Humanos, e o que haveria no fundo do oceano quando ele secasse. Mas isso fez com que a gente se aproximasse bastante, e quando dei conta, estávamos coladinhos de novo. Andamos tanto que já perdemos a visão da casa e tudo que eu podia ouvir era as ondas batendo nos arrecifes e em nossos pés.
      Em um instante, ele resmungou que sentiu uma forte dor de cabeça então eu sugeri que era melhor nós voltarmos para casa. Voltamos o percusso todo em silêncio mas de mãos dadas. Parece que foi a melhor conversa que eu já tive na minha vida com ele. Deitamos na rede do terraço, enquanto o céu iria clareando aos poucos. Creio que todo mundo já tinha ido dormir, então eu era a unica acordada. Meus olhos queriam se fechar, mas meus ouvidos doíam e o som da maré iria ficando cada vez mais longe. Então, o sol nasceu. Eu não ouvia mais nada. Uma lágrima escorria no meu rosto. Meus olhos fechavam, e meu mundo acabava..

segunda-feira, 3 de março de 2014

Memórias Ao Silêncio: Parte 9 - O Segundo Encontro







      E todos aqueles dias seguintes àquele foram os piores que eu já vivi. Enquanto eu ainda me perguntava por que eu estava ali tentando de alguma forma me senti totalmente normal, por outro lado eu me questionava se eu ainda existia ou se estava apenas vivendo. A resposta era obvia. Mas já que eu tinha uma data certa de que minha existência iria ser extinta, eu queria viver intensamente.
      Pior foi a desculpa que inventei quando me perguntavam por que eu vivia muda. Eu só iria voltar a falar quando eu passasse naquela maldita cadeira de matemática financeira. Eu nunca gostei então eu tava me esforçando ao máximo, de verdade, para ser aprovada nela. A unica coisa que não era verdade, é que eu não iria voltar a falar. Engraçado era pra me comunicar com alguém. Eu nunca tinha gesticulado tanto na minha vida e sofrido pra fazer alguém entender algo tão simples. Eu deveria ter brincado mais de mimica na minha infância, talvez isso me ajudasse um pouco nessas situações.
      Pensaram até que eu estava morta. Sim, morta. Demorei quase um mês pra voltar a frequentar a faculdade, até por que eu estava aterrorizada com o que tinha acontecido comigo naquele dia. Eu voltei ao médico mas ele falou que eu ficasse em uma clínica. Isso seria o melhor para mim pois eu não saberia quando meus Life's Points poderiam chegar ao zero. É, não mencionei que eu amo jogos. De preferência que sejam bem longos. Mas eu ignorei totalmente o que ele me falou e depois de tanto tempo de pânico, eu voltei a ser que eu era (ou pelo menos uma parte).
      Mas que inferno não ? Eu não podia mais tocar ele, dai não poderia sentir mais seu corpo me aquecendo. Não podia mais sentir seu cheiro, dai não podia mais dormir com a sensação dele está lá comigo. Aquele seu perfume que me levava até o céu e voltava. E agora eu não podia mais falar. Mas que droga. Agora não posso mais dizer do jeito que eu queria dizer todos os meus sentimentos por ele. Mas eu iria dizer, de alguma forma ou de algum jeito. Porém, eu ainda podia ouvir a sua voz. Delicada e grossa ao mesmo tempo. Suave... Toda vez que ele chamava meu nome, meu corpo todo se arrepiava. Eram calafrios que não se acabavam de modo algum. Mas pelo menos eu podia ouvir. Então, por que ficar pra baixo, quando eu posso está sorrindo.
      A prova iria demorar para chegar, seria no final do período. A última. Então daqui pra lá eu arrumava outra desculpa caso eu não passasse (ou passasse) na prova. Estávamos na biblioteca estudando como funcionava o mercado de trabalho na África. Eles tinham muitos ouros, porém não tinham produtos brutos. Isso serviria de alguma coisa, apesar de eu não ver ligação alguma com aqueles cálculos demoníacos que Tra passava na suas quatros aulas seguidas de matemática. Quatro, ninguém merece. Eu já estava muito exausta e todos também. Então resolvemos parar por hoje. Aliás, era sexta-feira. Dia de descansar e de curtir. Foi quando Bryan me chamou (na verdade chamou todo mundo mas eu entendo que tenha sido só pra mim) pra um luau. Ele (os pais dele) tinha uma casa de praia alugada, então iriam fazer um Luau só de casais. Eu queria saber onde eu sou um casal ali. Mas o que importava era a intenção, pois boa parte também não eram casais. Isso me lembrou daquela festa de tempos atrás. Aquela que destinou a minha vida... e pensei o que poderia acontecer comigo nessa. Mas eu não tinha muito o que perder, minha vida não poderia piorar, ao menos pela minha doença. Então, todos aceitaram com uma grande risada e com sorrisos no rosto. Eu apenas consenti e concordei...